Chegou certa vez com um lindo vestido negro,
Puro receio tecido por mãos ansiosas,
Dessas cuja mão-de-obra não equivale a de um trabalhador chinês.
- eu tenho duas dessas.
Não pude deixar de deparar no pingente de lascívia,
Que caía sobre o decote,
Esses, cuidadosamente forjados,
Por algum joalheiro ninfomaníaco.
- confesso, um grande amigo.
Encarei-a com um soslaio pseudo-sedutor,
Obtive a recompensa da resposta positiva.
Cortejei-a e ofereci um Whisky.
Ela, mulher vivida, perguntou-me em que casa.
Perdurou.
Milhares de noites de perversão casual,
Ménages com lindas damas,
Efemeridade foi a melhor delas.
- Confesso, conquistou-me.
Certa vez, ao acordar e tatear ao lado,
A falta dada consumou-se em pesar,
Bastando três quartos de segundo.
Os versos já não saíam,
As rimas já não estavam,
A poesia de viver ao lado dela,
Havia sido duramente criticada pela Ventura, velha ingrata.
Constância tinha ido embora.
-A moça do ménage me ligou no dia seguinte.
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8 comentários:
Tempos que não vinha aqui, e quando venho..."tarãããã"..ótima postagem,como de costume. Gostei muito, em particular, dessa!
forte abraço, primo!
"Bons ventos!"
Ela ligou!
ótimo blog, parabens.
Acho interessante o que você escreve. Tudo bem que a minha capacidade não está à altura de seus textos (hahaha), mas tudo muito bem escrito.
=)
Que pesar essa partida..=p
Lindo.
beijos
Constância, a fiel, é expulsa por Ventura, a sogra ingrata. Genial. Me lembrou o Veríssimo ao dar aos personagens o nome de suas atitudes (Lascívia, Imperatriz de Cântaro), e assim economizar na descrição deles.
Um abraço
Ótimo! Vim matar as saudades encontro isso! Muito bom, como sempre. A poesia agradece! ;)
Ótimo blog e ótimo texto, cara!!
Interessante.
Sua maneira de escrever é, decididamente, muito cativante
Até.
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