24.3.14

Autoeridade.

Ouça o coro distante!
Vozes que se esforçam
para serem ouvidas
pois o que têm a dizer é inaudito.
Ouves?

Não se organizam.
Todas possuem este mesmo desejo
já explicado
mas sequer podem pensar
em falar uma de cada vez
pois sua ânsia não
as permite.
Ouves estas vozes?

Uma ou outra palavra isolada
no meio do turbilhão urgente
de ideias dos  que
clamam, imploram
e nenhum sucesso aparente
que nos faça comunicar claramente
com aqueles que desejam fazer-se ouvidos.

A gente percebe a angústia,
mas não adianta.
A cristalização do que achamos que somos
é a barreira quase intransponível
que nos ensurdece para nos comunicarmos
com aqueles que gostaríamos,
poderíamos, deveríamos e deixamos de ser.

As infinitas possibilidades do não ser
é que definem o que de fato estamos.



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